Nos  200  Anos  da 
Guerra  Peninsular

Ensemble Arabesco - Orquestra Barroca

Duzentos anos após a aventura napoleónica na Península Ibérica, o Ensemble Arabesco - Orquestra Barroca propõe um olhar musical sobre esta época conturbada e de charneira da História portuguesa e europeia. Fruto de uma pesquisa histórico-musical, este concerto apresenta-se como uma narrativa musical em torno dos acontecimentos chave das Invasões Francesas em redor de 1810, data da Terceira Invasão Francesa. Numa interpretação histórica em instrumentos da época, apresentam-se-se obras alusivas a estes acontecimentos, de compositores portugueses proeminentes da época. [Notas de programa]

 

P R O G R A M A 
 

Rufo de timbales

Improvisação

A Batalha do Bussaco (1810)

A.J. do Rego (1765-1844)

Retirada do Marechal Massena Príncip d'Esling (1810)

 J. Ferro (1775-1830), orquestração de Manuel Durão (n. 1987)

Batalha do Vimeiro (1809)

J. Bachicha (1790-1810)

Cantata Hino Lusitano (1811)

J.D. Bomtempo (1775-1842)

Marcha de retirada (1810)

J.J. Baldi (1770-1816)

 

Abertura Penelope (1782)

J.S. Carvalho (1745-1799)

Cantata em Louvor de  Lord Wellington (1810)

M. Portugal (1762-1830)

Cantata A Paz da Europa (1815)

J.D. Bomtempo (1775-1842), orquestração de Duncan Fox (n. 1970)

Hymno Patriótico (1810)

M. Portugal (1762-1830), orquestração de Rogério Medeiros (n. 1979)

 

Ensemble  Arabesco  -  Orquestra  Barroca

Sandra Medeiros soprano | Sara Amorim contralto | João Cipriano Martins tenor | Armando Possante baixo
Denys Stetsenko, Álvaro Pinto, Miriam Macaia, Raquel Cravino, Nuno Mendes, Clara Dias violinos
Lúcio Studer, Joseph MacRae Ballantine violetas | Marco Testori, Ana Raquel Pinheiro violoncelos | Marta Vicente contrabaixo
Olavo Barros, Marta Gonçalves flautas | Luís Marques, Jorge Cardoso oboés | Carolino Carreira fagote       
Paulo Guerreiro, Tracy Nabais trompas | António Quítalo trompete | Marta Araújo cravo | Pedro Carneiro timbales

Marcos Magalhães cravo e direcção  |  Lúcio Studer investigação e concepção



S I N O P S E


Este concerto apresenta-se como um percurso musical que acompanha por perto os principais acontecimentos históricos em torno das Invasões Francesas, em especial a terceira comandada pelo marechal Massena e suas tropas francesas contra o exercito anglo-luso comandado por Lord Wellington. Por alguns denominada a guerra da espada e da pena, são inúmeros os relatos de militares britânicos assim como versos divulgadores das façanhas e heroísmo anglo-luso, com especial destaque para Lord Wellington, que inspiraram os mais proeminentes compositores portugueses.  [Notas de programa]

Após um
Rufo de timbales, que enfatiza o espírito marcial de muita da música da época, a Batalha do Bussaco, de António José do Rego, relata com aguçado detalhe uma das mais famosas batalhas travadas entre as forças anglo-lusas, comandadas por Lord Wellington, e as francesas, comandadas pelo marechal Massena, a 27 de Setembro de 1810. Composta poucas semanas após a batalha, inclui ao longo da partitura o relato de Lord Wellington publicado na Gazeta de Lisboa. 

Após esta batalha, Massena dirige as suas tropas para tentar conquistar Lisboa. É no entanto travado nas Linhas de Torres Vedras, terminando por se retirar definitivamente a 15 de Novembro de 1810. A composição
Retirada do Marechal Massena de João Ferro, publicada no mesmo ano de 1810 e dedicada a Wellington, descreve musicalmente a ordem de Massena de retirada do exército, infantaria e cavalaria francesas, seguindo-se pela ordem de Lord Wellington de seguir o inimigo, até à vitória final com a expulsão de Portugal.

Outra peça militar que apresenta a mesma forma das duas anteriores a
A Batalha do Vimeiro a batalha mais importante da Primeira Invasão, travada em 1808 contra Junot. Inclui também descrições de cenas da batalha. Desta peça é apresentado um cântico patriótico de gratidão aos ingleses.

Como uma das peças centrais deste concerto apresenta-se a cantata
Hino Lusitano de Domingos Bomtempo, obra fortemente influenciada pela euforia que se instalara após a vitória luso-britânica. Tem especial destaque a Marcha de Lord Wellington. 

A
Marcha da retirada de Baldi é também alusiva à retirada final de Massena.

Como exemplo da música que se ouvia nas salas de concerto nesta altura, apresenta-se a
Abertura Penélope de Sousa Carvalho. Trata-se da figura mais relevante da música portuguesa da segunda metade do séc. XVIII, com grande influência no legado futuro, tendo sido professor de Marcos Portugal, Domingos Bomtempo, João José Baldi, e António José do Rego, presentes no programa deste concerto.

A
Cantata em Louvor de Lord Wellington, de Marcos Portugal, enaltece os feitos deste herói, detentor dos títulos de Marquês de Torres Vedras e Conde de Vimeiro, entre outros. 


Em 1815, ano da derradeira vitória de Wellington sobre Napole
ão em Waterloo, Bomtempo compôs a cantata A Paz da Europa, que se apresenta exaltando a paz a que finalmente se chegou em toda a Europa. 

 

O concerto termina com o Hymno Patriótico da Nação Portugueza, de Marcos Portugal, composto em 1810 e adoptado como Hino oficial de Portugal até finais do século XIX.

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